sábado, 12 de julho de 2008

gerardo burmester

É inquestionável que Burmester foi um dos autores que, de forma decisiva, contribuiu para uma renovação do panorama artístico nacional nos anos oitenta, ainda que possamos afirmar que é na década de setenta que assistimos à génese da sua actividade criativa. A pintura, a performance, a escultura e a instalação são áreas que fazem parte dos seus domínios.





Analisando a sua obra, diríamos que o criador reclama para a sua arte a liberdade de utilizar diferentes materiais.



Neste centro encontramos actualmente a exposição "As cores não dizem nada", cujo título nos obriga a ver a arte como "ela mesma" e nos adentra já para a variedade de cores que vão espelhar alguns passos do espectador. A jogar com o opaco e o transparente, o quente e o frio, encontraremos geometrias "minimalistas,abstractas e antinaturalistas". O espectador, esse também intervirá, quando, na sala superior, trilhar o seu caminho por entre lascas acrílicas.
Também é importante referir que, nos próximos meses, a entrada é gratuita.




quarta-feira, 9 de julho de 2008

graça morais

O festim


(Vieiro, 1948) Com os estudos liceais efectuados em Bragança, frequentou o Curso Superior de Pintura na Escola de Belas-Artes do Porto, integrando em 76 o grupo Puzzle juntamente com Armando Azevedo, Jaime Silva, Albuquerque Mendes, João Dixo, Dario Alves, Carlos Carreiro, Pinto Coelho e Pedro Rocha. (Lembro, a propósito deste grupo, que vale a pena procurar a obra "Bandeira Nacional" (1976), composta por nove peças, coincidente com o número dos seus elementos.) Segue rumo a Paris como bolseira da Fundação Gulbenkian, e até hoje não pára de surpreender-nos nas diversas exposições nacionais e/ou estrangeiras.


Neste momento, podemos apreciar uma pequena colecção de pintura da sua autoria. Sugiro especial atenção para "O Festim", que , ainda que nos remeta para a vida piscatória de Sines, não nos pode deixar indiferente a esse devir animal tão característico da pintora e que podemos ver, entre outros, também em "Metamorfoses". "Delmina" e "Maria", pinturas do ano 82, merecem também um olhar atento e intertextual com "Guernica", de Picasso. Note-se que nesta década (80) são várias as pinturas que esclarecem esta relação.